Uma operação deflagrada pela Delegacia da Polícia Civil em Rosana (SP) prendeu
nesta sexta-feira (18) oito pessoas investigadas pela suspeita de fazer
parte de uma quadrilha, com atuação nos estados de Mato Grosso do Sul,
Paraná e São Paulo, especializada em furtos de caminhonetes.
São
sete homens e uma mulher que tiveram as prisões temporárias, válidas
por um período de cinco dias, decretadas pela Justiça, através da
Comarca de Rosana.
Além de Rosana, em São Paulo, as prisões ainda ocorreram nas cidades de Dourados, Ivinhema e Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul.
As
investigações que resultaram na Operação Shirak apuram a prática dos
crimes de furto, receptação, adulteração de sinal identificador e
associação criminosa.
Desde o ano passado, a Polícia Civil rastreou o envolvimento do grupo em pelo menos cinco furtos nas cidades de Euclides da Cunha Paulista, Sandovalina e Teodoro Sampaio, no Estado de São Paulo, e ainda no Paraná.
As
investigações apontaram que a associação criminosa também possuía
núcleos de atuação em Dourados, Ivinhema e Nova Andradina, todos
municípios no vizinho Estado do Mato Grosso do Sul.
Depois
de furtadas as caminhonetes, os integrantes da quadrilha desmanchavam
os veículos para a revenda das peças, mediante a adulteração dos sinais
identificadores. Além disso, também reutilizavam as peças em outras
caminhonetes que acabavam revendidas. Para o serviço, o grupo possuía
uma oficina mecânica que ficava incumbida do desmanche e do conserto das
peças dos veículos a serem revendidas.
Segundo as investigações, a revenda dos produtos ilícitos contava com a participação de empresas de ferro-velho e de autopeças.
'Sinal verde'
As
investigações identificaram que um homem de 37 anos, morador de Nova
Andradina (MS) e apontado como o coordenador da associação criminosa,
recebia as fotos das caminhonetes que eram alvos dos bandidos e as
escolhia de acordo com sua conveniência, levando em consideração
aspectos como o estado do veículo, a demanda dos revendedores, a
facilidade de revenda na região e a viabilidade de adulteração de seus
sinais identificadores.
Após
aprovar, ele autorizava o furto que era materializado com a atuação de
criminosos espalhados pela região. Eles não eram contratados para um
serviço específico, mas sempre aguardavam o “sinal verde” para furtarem e
transportarem os automóveis.
Depois
de furtadas, as caminhonetes eram levadas até o coordenador pelos
próprios ladrões ou por outras pessoas que recebiam pelo serviço. Já em
posse dos veículos, o coordenador avaliava se seriam revendidos ou
desmanchados e suas peças adulteradas e comercializadas.
Outro
apontamento feito pelas investigações é de que empresários do ramo de
ferro-velho inseriam as peças ilícitas de volta ao mercado, sempre com a
falsa aparência de procedência lícita, conferida pela pessoa jurídica a
que estão vinculados.
“Durante
o período de interceptação telefônica, foram ouvidas inúmeras ligações
que bem demonstram a forma de atuação da quadrilha e como fazem a
revenda de peças dos veículos subtraídos. Há fortes índicos de que
outras pessoas que entraram em contato com os investigados também façam
parte da associação criminosa, com robustos elementos de verdadeira
organização criminosa, tendo atuação nos Estados de São Paulo, Mato
Grosso do Sul e Paraná”, apontou o promotor de Justiça de Rosana, Renato
Queiroz de Lima, que se manifestou a favor da representação apresentada
pela Polícia Civil pela prisão temporária de todos os envolvidos.
Apreensões
O delegado responsável pela Operação Shirak, Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, explicou ao G1 que
também foram apreendidos nesta sexta-feira (18) quatro veículos, peças e
documentos que serão periciados, além de um caminhão-guincho que era
utilizado no transporte das caminhonetes furtadas.
Ele salientou ao G1 que
três dos homens presos são empresários dos ramos de ferro-velho e
autopeças, enquanto a mulher operacionalizava a movimentação financeira
do grupo.
Os trabalhos também contaram com o apoio da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (18).
Fonte: G1
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