A Polícia Civil de Frutal fez nesta
terça-feira, dia 8, a reconstituição do assassinato da vendedora Kelly
Cristina Cadamuro, de 22 anos. Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos,
que confessou o crime, contou com riqueza de detalhes como matou
brutalmente a vítima, no dia 1º deste mês. Ele voltou a admitir que agiu
sozinho. Prado negou que tenha praticado violência sexual. “O autor
está mentindo quanto as acusações de crime sexual. Ele confessa o
latrocínio e a ocultação de cadáver, mas nega que tenha abusado da
jovem. Para as investigações está claro. Houve crime sexual. Existem
todos os indícios para isso”, afirmou o delegado regional da Polícia
Civil César Felipe Colombari da Silva.
A reconstitução do crime durou
aproximadamente duas horas. O delegado responsável pelo caso, Bruno
Giovanini de Paulo, acompanhou todo o procedimento. A todo o momento,
ele fazia perguntas e pedia para que Prado detalhasse todos os passos,
desde o momento que entrou no carro da vítima em Rio Preto até o local
onde foi encontrado o corpo. O acusado disse que quando estavam a
aproximadamente 30 quilômetros de Itapagipe (MG), pediu para que a
vítima parasse no acostamento para ele urinar.
“Quando ela parou, dei uma cotovelada no
rosto dela e apliquei uma gravata. Já abri a porta do meu lado e tirei o
cinto de segurança e comecei a puxá-la para o lado do passageiro. Já do
lado de fora do carro, ela caiu inconsciente. Usei a corda que tinha no
meu bolso para amarrar as mãos e o pescoço”, contou Prado.
Mesmo amarrada, a jovem fez um movimento
que o acusado não soube explicar e por isso voltou a agredí-la. “Acho
que ela ia retomar a consciência, por isso se mexeu. Então dei um soco
na cara dela e a coloquei no banco traseiro”, disse. Foi então que
Prado assumiu o controle da direção do veículos e retornou
aproximadamente 800 metros. Ele entrou em uma estrada de terra de
difícil visualização, o que deixou claro para os investigadores que ele
conhecia o local. Ali, Prado estacionou o carro da vítima e a tirou do
carro. “Ela ainda estava desmaiada. Passei o corpo dela por debaixo da
cerca e arrastei em direção ao córrego”. Quando questionado pelo
delegado se ela tinha sinais vitais neste momento, o suspeito não soube
dizer. Alegou que, além de estar bastante assustado e nervoso, estava
escuro.
“Quando cheguei às margens do córrego,
acendi a lanterna do meu celular e vi que ela estava com a boca
ensanguentada. Parte da calça dela estava ligeiramente abaixada devido o
atrito das pernas com a terra. Em seguida a peguei pela cintura da
calça e a soltei no barranco”, afirmou.
Neste momento, o corpo de Kelly caiu no
córrego. No dia que foi encontrada, a vítima estava com parte do corpo,
inclusive a cabeça, submersa. As causas da morte são desconhecidas, a
Polícia Civil aguarda a conclusão de exames necroscópicos para apontar
se a jovem morreu por asfixia mecânica – devido a corda amarrada no
pescoço -, ou por afogamento.
Participações descartadas
O delegado César Felipe também descartou
a participação de outras pessoas na morte da vendedora. Para ele, não
resta dúvidas que Prado planejou todo o crime sozinho. “Não houve ação
ou participação direta de outras pessoas no crime. Tivemos outras duas
prisões, mas estes por receptações. Foram indivíduos flagrados com os
pertences da vítima. Mas o Jonathan desde o momento que entrou o carro
até ceifar a vida da jovem, estava sozinho. Lógico que ainda vamos
continuar a investigar, mas tudo aponta para este resultado”, disse.
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